segunda-feira, 26 de junho de 2017

Mitos e Verdades sobre Arritmias Cardíacas

Quando uma pessoa percebe que seu coração está batendo de forma inadequada, deve procurar um cardiologista para avaliação prévia. O médico fará a anamnese, ou seja, irá levantar a história familiar, recomendará um exame clínico e um eletrocardiograma.
Caso o resultado dos exames indique uma arritmia cardíaca, o profissional pode fazer o encaminhamento a um eletrofisiologista ou arritmologista, profissionais especialistas neste tipo de distúrbio do ritmo do coração.
Arritmias Cardíacas: mitos e verdades


– Arritmias cardíacas são alterações que ocorrem na geração ou na condução do estímulo elétrico e provocam modificações do ritmo cardíaco.
VERDADE! A frequência e o ritmo do coração variam ao longo de um dia conforme a necessidade de oxigênio do organismo, já que a função desse órgão é bombear o sangue oxigenado pelos pulmões para todas as células do corpo. Quando há alterações na frequência e no ritmo cardíaco, é constatada uma arritmia cardíaca.

– As arritmias cardíacas apresentam-se de diversas formas.
VERDADE! As arritmias cardíacas podem ser: taquicardia, quando o coração bate rápido demais; bradicardia, quando as batidas são muito lentas e em descompasso, com pulsação irregular, sendo sua pior consequência a morte súbita cardíaca (MSC).

– A morte súbita acontece apenas em atletas/esportistas. 
MITO! Qualquer pessoa está sujeita à morte súbita, inclusive atletas. A doença acomete indivíduos independentemente da faixa etária, sexo ou condição socioeconômica. Geralmente, as vítimas de morte súbita se encontram em sua idade mais produtiva. A maior porcentagem de ocorrência está no grupo de pessoas que possuem doenças cardíacas, entre os que já sofreram parada cardíaca e naqueles que têm histórico familiar (pais, avós, tios, irmãos, etc.).

– A morte súbita pode ser evitada.
VERDADE! A morte súbita não é inevitável, sendo reversível em muitas vítimas, se tratada rapidamente com um choque elétrico aplicado no peito. Poucas tentativas de ressuscitação são bem-sucedidas após 10 minutos e, a partir de três minutos, o cérebro já começa a sofrer danos. Por isso, o socorro e atendimento devem ser rápidos.

– As arritmias cardíacas podem ser sintomáticas e assintomáticas.
VERDADE!
Os sintomas mais comuns de uma arritmia cardíaca são palpitações ou “batedeiras”, desmaios, tonteiras, confusão mental, fraqueza, pressão baixa, dor no peito.
Algumas arritmias cardíacas são assintomáticas, ou seja, não provocam nenhum dos sintomas descritos acima. Nesses casos, podem desencadear uma parada cardíaca e levar à morte súbita, instantânea, inesperada, repentina e não acidental.

– Quando não diagnosticada e tratada corretamente, a arritmia cardíaca pode provocar parada cardíaca, doenças no coração e a morte súbita.
VERDADE!! A arritmia cardíaca pode ter graves consequências se não diagnosticadas e tratadas corretamente.

Na maioria das vezes a a Morte Súbita Cardíaca é de origem cardíaca? 
VERDADE! Com incidência maior no sexo masculino, em 80% dos casos a morte súbita está relacionada às doenças coronarianas, sendo que em 90% dos casos a morte súbita é provocada por uma arritmia cardíaca.

– Somente indivíduos idosos têm arritmias cardíacas e podem sofrer morte súbita.
MITO! A maioria das vítimas de morte súbita se encontra em sua idade mais produtiva. Esses males podem ocorrer em qualquer faixa etária, mesmo em recém-nascidos. A maior porcentagem de ocorrência está em pessoas que possuem doenças cardíacas ou já sofreram parada cardíaca, bem como naqueles que têm histórico de doenças na família (pais, irmãos etc.)

– Arritmias cardíacas sempre é maligna.

MITO! Existem arritmias cardíacas malignas e benignas. No entanto, após uma avaliação detalhada, que deve ser feita por um cardiologista, arritmologista ou eletrofisiologista, será determinada a necessidade ou não do tratamento.

– A morte súbita só acontece em ambiente hospitalar.
MITO! Mais de 95% das mortes súbitas ocorrem fora do ambiente hospitalar. A rápida desfibrilação e o Suporte Básico de Vida (SBV) podem aumentar a taxa de sobrevida em longo prazo. Quando o acesso aos Desfibriladores Externos Automáticos (DEAs) ocorre no período entre 5 a 7 minutos após a parada cardíaca, a chance de sobrevida é maior que 50%.

– Fumo e bebo em excesso, mas posso compensar estes maus hábitos com a prática de exercícios físicos.
MITO! O correto é mudar os hábitos alimentares e baixar o colesterol ruim (LDL) para então começar a praticar uma atividade física. A recomendação médica é que ninguém inicie um programa de exercícios físicos sem pelo menos fazer um eletrocardiograma, embora ideal seja um teste ergométrico. Também não se deve iniciar o programa antes de parar de fumar, de beber em excesso ou de emagrecer.

– Tenho arritmia cardíaca, portanto não posso praticar atividades físicas.
MITO! Atualmente são tão modernos os recursos da medicina que, mesmo tendo um problema cardíaco, o paciente poderá se exercitar. No entanto, apenas o médico será capaz de definir o tipo de exercício a ser realizado.

Meu médico diagnosticou que tenho uma arritmia cardíaca, portanto sofrerei de morte súbita.
MITO! As arritmias podem surgir em indivíduos aparentemente normais e não estar relacionadas ao aumento do risco de morte, sendo consideradas de caráter benigno. Nesses casos, o diagnóstico e o tratamento adequados poderão levar ao controle ou cura do problema.

– Posso escolher meu tratamento, tomando apenas remédios.
MITO! Quem determinará qual o melhor tratamento para o paciente é o médico especialista em arritmias, arritmologista ou eletrofisiologista, profissionais que diagnosticam e tratam a doença.

– A arritmia cardíaca pode ser tratada de diversas maneiras.

VERDADE! Os tipos de tratamentos são: medicamentoso, ablação por cateter ou por implante de dispositivos Cardíacos Eletrônicos Implantáveis (DCEI), como Marca-passo (MP), Cadioversor Desfibrilador Implantável (CDI) ou Ressincronizador.

– A hipertensão é fator de risco para uma arritmia cardíaca.

VERDADE! A Hipertensão é fator de risco para diversas doenças cardiovasculares, entre elas a fibrilação atrial, um tipo muito comum de arritmia cardíaca, cuja consequência maior é o Acidente Vascular Cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame.

A arritmia cardíaca pode ser desencadeada devido a obesidade, diabetes e colesterol.
VERDADE! Diabetes, hipertensão, colesterol alto, tabagismo, obesidade e sedentarismo, entre outros fatores, podem causar arritmias cardíacas e demais problemas cardiovasculares. Por isso, a prevenção começa por hábitos e comportamentos saudáveis.

– Uma pessoa que sofre parada cardíaca certamente vai morrer.
MITO! A parada cardíaca tem sucesso na recuperação quando são realizadas manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar imediatamente. Acompanhado do uso do Desfibrilador Automático Externo (DEA), o índice de sucesso depende diretamente do tempo transcorrido entre o pedido de socorro e a desfibrilação. As chances diminuem cerca de 10% a cada minuto de atraso.

– As arritmias cardíacas podem ser prevenidas.
VERDADE! Para prevenir as arritmias cardíacas, assim como demais doenças, é preciso ter hábitos saudáveis, manter uma alimentação balanceada, não ingerir ou não se exceder no consumo de bebidas alcoólicas, não fumar, praticar atividades físicas com orientação de um especialista, dar atenção à saúde emocional (ex: estresse), realizar exames preventivos, pelo menos uma vez por ano, com um cardiologista e prestar atenção aos sinais do coração, como pulsações irregulares e batidas intensas.

– Distúrbios do sono podem desencadear arritmias cardíacas.
VERDADE! Distúrbios do sono podem sinalizar doenças cardíacas! O ronco e a apneia obstrutiva do sono ocorrem quando se tem várias paradas respiratórias enquanto dormimos. Pode desencadear arritmias cardíacas, infarto do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Bebidas alcoólicas e/ou energéticos podem induzir uma arritmia cardíaca.
VERDADE! O álcool em excesso, associado a energéticos, pode funcionar como agente excitador, causar extra-sístoles e fibrilação atrial, dois tipos de arritmias cardíacas que podem levar à morte súbita. Também os energéticos, que podem contribuir para o aparecimento destas e outras arritmias cardíacas, devido ao alto grau de cafeína em sua composição. Como os energéticos diminuem a sensação de embriaguez, a ingestão da bebida em maior quantidade aumenta a probabilidade de problemas cardíacos.
Pequenas doses de cafeína não causam arritmias, mas aumentam a frequência cardíaca em torno de 5 a 10 batimentos por minuto. É preciso ficar atento, pois doses maiores podem fazer o coração disparar de forma mais perigosa, sobretudo quando em associação como bebidas alcoólicas.
Diga não às drogas, estimulantes, evite a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas, sobretudo em associação com energéticos, que podem induzir à uma arritmia cardíaca, crises de hipertensão arterial e infarto.

– O coração pode voltar ao seu ritmo normal.

VERDADE! A maior parte das arritmias cardíacas pode ser revertidas através de métodos invasivos ou simples mudanças de hábitos. Mas, para isso, é preciso um acompanhamento criterioso com um profissional em arritmia, que vai orientar o paciente sobre o melhor método de tratamento para o seu caso.

– Existem vários tipos de tratamentos para as Arritmias Cardíacas que são eficazes.
VERDADE! Dependerá de cada caso, mas geralmente as opções terapêuticas para o tratamento das arritmias cardíacas levarão em conta a condição do coração do paciente. Elas podem envolver a terapia farmacológica ou as formas intervencionistas, como a ablação por cateter e o implante de dispositivos cardíacos eletrônicos (DCEI). A ablação por cateter, por exemplo, é utilizada quando o paciente não apresenta bons resultados com medicamentos ou quando prefere um tratamento mais próximo do definitivo possível. Antes da cirurgia de ablação é realizado o estudo eletrofisiológico do coração. Um cateter elétrico sensível é usado para mapear o músculo cardíaco e as origens da atividade elétrica “extra” do órgão. O mapa indica quais as áreas problemáticas dos sinais elétricos que interferem no ritmo cardíaco. Prosseguindo, o médico realiza a ablação, ou seja, a destruição do tecido para cicatrizar as áreas com problemas, que então deixarão de enviar sinais anormais. O procedimento é minimamente invasivo. Geralmente, é um procedimento bem sucedido, que atende a vários tipos de arritmias e com um curto período de recuperação. O coração pode voltar a seu ritmo normal e é importante para a qualidade de vida do paciente.

– Simples mudanças de hábito ajudam na prevenção de arritmias cardíacas.

VERDADE! A recomendação é privilegiar uma alimentação saudável, reduzir a quantidade de sal nos alimentos, pratica atividade física-esportiva moderada e regularmente, não exagerar no consumo de bebidas alcoólicas e de energéticos (associados ou não ao álcool), não fumar, evitar o estresse e cuidar da sua mental, ter horas de sono adequadas e repousantes e controlar da pressão arterial. Estes são apenas alguns exemplos de atitudes preventivas que ajudam a cuida melhor do seu coração.

– Anticoncepcionais podem causar arritmia cardíaca.
VERDADE Algumas mulheres que já têm predisposição a alguma doença cardiovascular congênita também podem ter a frequência cardíaca alterada se expostas ao uso de pílulas anticoncepcionais. A frequência cardíaca de repouso da mulher, que é a taxa de batimentos do coração por minuto, é maior que a do homem. Isso pode explicar, em parte, as diferenças na tolerância física e no exercício. Há também diferentes variações da frequência cardíaca durante o ciclo menstrual, tendendo a menor frequência durante a fase folicular ou lútea do ciclo.
O uso deste método contraceptivo, quando combinados ao tabagismo, pode elevar em até 30 vezes o risco de complicações mais graves no coração. São complicações serias, tais como infarto, AVC e trombose.
Por isso é importante que a mulher converse com o seu ginecologista para que decidam juntos o melhor método a ser utilizado.


Sobrac

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