Dr.
Marco Antonio Guedes de Souza Pinto
A
dor fantasma é um evento comum na fase pós-operatória imediata e pode persistir
por algum tempo. Seu tratamento deve começar com analgésicos comuns e ser mais
agressivo se persistir após administração do medicamento inicialmente
escolhido.
(*)-Dr. Jefferson Alencar - Laboratório de Reabilitação Plantar
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A meu ver, um fator agravante para o surgimento e manutenção da dor fantasma é a atitude da equipe terapêutica quando tende a valorizá-la exageradamente para o paciente, influindo no seu psiquismo frente ao evento.
A
sensação do membro fantasma é um fenômeno extremamente frequente que não deve
ser encarado como patologia, mas como um evento. Não existe razão evidente para
que isso seja encarado como um problema. O paciente deve ser tranqüilizado em
relação a esta sensação como algo normal e previsto. A conduta correta do
profissional de fisioterapia experiente é utilizar essa sensação para mobilizar
a musculatura remanescente do coto de amputação através do que chamamos
exercícios do membro fantasma. Isso permite o trabalho muscular atento e
aproxima o paciente do coto de amputação (membro residual) de maneira positiva,
passando a cuidá-lo e considerá-lo algo eficiente e importante na sua
reabilitação. A musculatura trabalhada vai melhorar o seu trofismo
incrementando a vasculatura, melhorando ADM e permitindo uma maturação com
melhor propriocepção do coto de amputação.
Se
for feita uma boa mioplastia ou miodese, a resposta muscular vai ser muito mais
efetiva e a capacidade do paciente de contrair a musculatura do coto e mudar a
sua forma vai permitir o que chamamos de suspensão ativa do coto, ou seja, o
paciente “segura” a prótese por dentro com o coto reduzindo a possibilidade de
pistonagem e seus efeitos deletérios, favorecendo a marcha pela intimidade
maior da relação coto/prótese, maior força muscular e maior propriocepção.
É,
portanto, um erro encarar a sensação fantasma como uma patologia a ser tratada.
A
permanência ou não da sensação fantasma vai depender, é claro, de como o
paciente se relaciona a ela (e isso vai ser induzido pela equipe terapêutica) e
a outros eventuais fatores que desconheço. Entretanto, não vejo razão para isso
ser valorizado, só penso que trabalhar a sensação em vez de aboli-la com
tratamento medicamentoso ou indução de qualquer tipo é muito mais lógico e
correto, aproximando o paciente do seu membro residual em vez de afastá-lo cada
vez mais como se tratasse de parte do corpo a ser evitada, como “o diabo foge
da cruz”.
(*) - Dr. Jefferson Alencar atua no Laboratório de Reabilitação Plantar da Vila Clinic. É Fisioterapeuta e Ortoprotesista há mais de 16 anos, com cursos no Brasil e no exterior. Diretor do Instituto e Serviços Ortopédicos (Iso), em Fortaleza.
(*) - Dr. Jefferson Alencar atua no Laboratório de Reabilitação Plantar da Vila Clinic. É Fisioterapeuta e Ortoprotesista há mais de 16 anos, com cursos no Brasil e no exterior. Diretor do Instituto e Serviços Ortopédicos (Iso), em Fortaleza.
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