Com diabetes e hipertensão arterial, o comerciante José Osmar Silveira, 70, começou a sentir fortes dores nos pés e nas pernas e percebeu um sintoma estranho, “como se as pernas estivessem rachando”. Encaminhado via Central de Regulação para o Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), em Sobral, ele precisou passar por uma amputação.
Pessoas com diabetes precisam estar muito atentas aos pés. Se mal controlados, os níveis de glicose no organismo podem causar alterações fisiopatológicas significativas. O cirurgião vascular do HRN, Elpidio Ribeiro, explica que a doença pode ocasionar complicações, como a perda de membros. “A doença arterial obstrutiva periférica é a formação de placa de gordura nas artérias das pernas, que levam o sangue para o pé. Quando isso ocorre, os pacientes são submetidos a cateterismo e angioplastia dos membros inferiores”, ressalta. O cateterismo serve para o diagnóstico, analisando possíveis obstruções ou lesões, já a angioplastia objetiva o tratamento.
Entre os sinais de alerta estão calosidades, rachaduras, pele seca, fissuras, presença de frieira entre os dedos, unha encravada, além de sinais mais graves como ulceração, vermelhidão e outros indícios de que pode haver um comprometimento maior nos pés. “Caso identifique algum desses sinais de alerta, é importante buscar um profissional de saúde para que ele possa auxiliar e indicar algumas tratativas para evitar complicações, como os desbridamentos [procedimentos de remoção de tecidos infectados e necroses] e as amputações”, ressalta a enfermeira estomaterapeuta e especialista em diabetes do HRN, Thaís Lima.
Lima explica que as pessoas com diabetes devem fazer diariamente uma inspeção na parte posterior e na parte debaixo dos pés e entre os dedos, além de fazer uma hidratação da pele diariamente. “A hidratação é necessária principalmente na parte do dorso do pé, na parte plantar, no calcâneo, não colocando hidratante entre os dedos. Também não é indicado o uso de óleos porque não propicia uma hidratação tão adequada”, ressalta.
A prevenção engloba também a escolha do calçado adequado, evitando utilizar chinelos de dedo. Outra dica é, quando adquirir calçados, optar por escolhê-los no final do dia, já que nesse horário, o pé está mais inchado. Essa atitude propicia uma escolha adequada para a proporção do pé e evita calçados apertados e que acarretem calos e feridas.
As informações contidas nesta matéria referem-se às atividades do INSTITUTO DE SAÚDE E GESTÃO HOSPITALAR - ISGH.
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