segunda-feira, 15 de abril de 2019

Santa Casa de Misericórdia de Sobral passa por melhorias para beneficiar população

Com quase três meses sob nova direção, processos assistenciais são prioridades. Falta de materiais e medicamentos foi solucionada. Reformas acontecem nos serviços de Nutrição, no serviço de Centro Cirúrgico e na sala de recuperação pós-anestésico. Setor de Oncologia foi reestruturado, mapa cirúrgico organizado, leitos maximizados e serviço de ortopedia melhorado. Acessibilidade pelo SUS (Sistema Único de Saúde) é visada, além de um fluxo de atendimento consistente e transparência com a população por meio dos meios de comunicação.
Prof. Dr. Vicente Pinto, Dom Vasconcelos, Dr. Joaquim David, Dr. Cadmo Silton e Dr. Klebson Carvalho
Com o objetivo de melhorar os serviços prestados a todos os usuários que buscam a Santa Casa de Misericórdia de Sobral (SCMS), a nova direção do hospital vem desenvolvendo um plano consistente e cauteloso de organização, que visa beneficiar a população sobralense e de toda região, favorecendo transparência nas reformas e mudanças nos diversos setores. Eixo financeiro já apresenta resultados positivos e, principal preocupação se baseia em boa qualidade, na estrutura e no atendimento. 
São quase três de meses na função de diretor geral da SCMS, e Dr. Klebson Carvalho se mostra empolgado nos caminhos que sua administração está seguindo. Eixos de organização como as finanças, embora demorem a apresentar resultados, já animam: “Estamos conseguindo pagar melhor. Na Santa Casa no ano passado e início desse ano estava faltando medicamentos, tínhamos recebido queixas das pessoas, então conseguimos solucionar esse problema, não está faltando material nem medicamento na Santa Casa, além de conseguirmos negociar também com alguns fornecedores”, destaca ele. 
Dr. Klebson Carvalho (Diretor Geral) e Dr. Sávio Arcanjo (Diretor Técnico)
De acordo com o diretor geral, têm-se procurado trabalhar com profissionais médicos como parceiros, sendo uma coragem do orientar geral, que é o bispo da diocese de Sobral, Dom José Luiz Gomes de Vasconcelos, nomear pela primeira vez na história um diretor que fosse um leigo habilitado, ao invés de um sacerdote: “Ninguém faz nada sozinho, temos que trabalhar em equipe. Às vezes as pessoas não sabem a dimensão da Santa Casa. Ela possui mais de 1700 colaboradores. É um complexo que engloba o Hospital do Coração, o Abrigo Sagrado Coração de Jesus, tem parceria no projeto ‘Viva Bem’, envolve o Hospital Dom Walfrido e também, a Clínica Dom Odelir. O Hotel Visconde também pertence ao complexo. Então é uma gama de atividades”, ressalta Dr. Klebson Carvalho. 
Melhorias na Oncologia, Clínica Médica e Ortopedia
De acordo com o diretor técnico da SCMS, Sávio Arcanjo, a preocupação da atual gestão é proteger o paciente do SUS, organizando a acessibilidade da população, que foi um dos principais problemas detectados pelo diagnóstico. Assim também como as melhorias no serviço de Oncologia (especialidade da medicina que estuda as neoplasias(tumores) benignas e malignas): “Houve uma reestruturação a nível desse serviço. Organizamos a parte de laboratório, estamos com três equipes cirúrgicas. Hoje a população não vai encontrar ingerência de ninguém. O serviço está funcionando via Sistema Único de Saúde, via regularização de leitos”, enfatiza ele. 
Acelerador Linear do Serviço de Oncologia representa um grane avanço no tratamento do câncer em Sobral
A clínica médica não estava dentro das conformidades que a nova gestão quer prestar a população, e visando condutas certas que gerarão resultados a curto, médio e longo prazos, uma nova direção foi escolhida para este setor, assim também como para a residência de Clínica Médica da SCMS. Novas alterações foram realizadas também no setor de obstetrícia, a maternidade agora apresenta um grupo gestor de quatro médicos: dois para pesquisas e dois para assistência. Mas apesar de todas as mudanças, a população deve entender que a SCMS é um hospital para alta complexidade: “Os casos simples tem que ser resolvidos pelos hospitais de apoio, pelas micros, da região norte de sobral. Temos que nos aproximar da população de Sobral. É nesse nível de relacionamento que vamos atingir o nível de sucesso que queremos implementar na SCMS”, ressalta Sávio Arcanjo.
O setor de Ortopedia (especialidade médica que utiliza métodos clínicos, físicos e cirúrgicos para tratar, corrigir enfermidades, lesões e deformidades ósseas, dos músculos, dos tendões, articulações e ligamentos) também passou por melhorias que beneficiarão ainda mais a população. Segundo Klebson Carvalho, nos finais de semana, os médicos ficavam sobre aviso: “Nós definimos e agora temos médicos 24 horas no serviço de ortopedia. Com o profissional presencial vai reduzir o tempo de atendimento”. Mas ressalta: “A Santa Casa é local para atendimento de traumas graves, se o cidadão está com uma dor nas costas, tem que procurar o posto de saúde”, enfatiza.
Leitos

Comissão está responsável pela organização do fluxo de leitos na Santa Casa

O serviço de leitos estava desorganizado. Segundo o diretor geral, Klebson Carvalho, o objetivo agora é maximizar os leitos: “Os processos da Santa Casa estavam centrados nos profissionais, e não nos processos, então assim, os leitos tinham dono, não havia regulação, as pessoas faziam uma reserva do leito, com enfermeiro ou alguém do administrativo, era um problema. Sem gerenciamento de leito, os pacientes que deviam ficar entre três e quatro dias ficavam de 15 dias a quatro meses, o que provocava um aumento nos custos.  Temos conseguido operar pacientes de ortopedia, por exemplo, com ajuda da Secretaria Municipal de Saúde. Os pacientes passavam mais de 100 dias esperando uma vaga em Fortaleza. Conversando com o secretário, conseguimos fazer um esforço e hoje não tem nenhum paciente com mais de 70 dias nos leitos; nossa ideia é reduzir o prazo”, garante ele.
Reformas
A qualidade na estrutura da SCMS e no atendimento é outra preocupação da direção geral. Assim, reformas estão sendo realizadas e muitas outras já agendadas, ou visadas, em vários setores. Por conta de economias, já foi possível iniciar a reforma da sala de recuperação pós-anestésica, que será entregue em menos de um mês. De acordo com Klebson Carvalho, foi possível também contratar mais enfermeiros: “Organizações como a classificação de risco logo na entrada já estão funcionando. Semana que vem irão iniciar as obras para que tenhamos dois consultórios na maternidade, onde as pessoas terão três médicos atendendo, fora o médico residente. O tempo de atendimento vai ser menor, atendimento com qualidade, vai ser bom para os usuários e também para os profissionais que estão em busca de formação”, garante o diretor geral.
O serviço de nutrição da Santa Casa também passa por reformas. De acordo com Klebson Carvalho: “Entregamos duas câmeras frigoríferas, nas quais os alimentos vão ser melhor acondicionados, compramos utensílios, será realizado tratamento do piso e iremos fazer uma reforma no ambiente onde as pessoas fazem as refeições”, revela. O serviço de centro cirúrgico também passou por reformas, “compramos diversos equipamentos, como respiradores para a sala de recuperação”, ressalta ele.
Mapa Cirúrgico
Pelo fato da Santa Casa possuir nove salas no centro cirúrgico funcionando 24 horas por dia, médicos acabavam não organizando os horários e dias, causando certos constrangimentos. Por isso foi criado o mapa cirúrgico, onde os profissionais de antemão já agendam sala, dia e horário. Sendo que duas dessas salas ficam disponíveis para emergências cirúrgicas, neurológicas e traumas cranianos. Existem duas salas para a maternidade. “Tudo foi estruturado. É possível pelo telefone e pela internet saber quem são os pacientes que estão internados na santa casa, quais são os leitos que estão ocupados, as salas, escalas de anestesistas, cirurgiões e até quem são os residentes”, garante o diretor.
Classificação de risco
A Santa Casa se caracteriza como um hospital terciário, complexo, grande e caro onde atende as mais complexas patologias. Assim, os pacientes devem ficar atentos ao sistema de classificação de risco. Logo na chegada, o paciente é examinado, por enfermeiras e classificado com cores de acordo com a gravidade de sua enfermidade: verde para quem tem menor complexidade; azul, laranja, amarelo vão aumentando o risco e, vermelho para quem tem lesões graves, e esses com certeza passarão a fila na frente de quem é classificado como baixo risco. Um paciente verde pode esperar até 6h. Um laranja, amarelo e vermelho não, sendo a prioridade de acordo com a gravidade da doença.
Hospital Dom Walfrido
Segundo Klebson Carvalho, uma importante reestruturação está ocorrendo no Hospital Dom Walfrido: “Muitas pessoas tem convênio, não querem passar pelos SUS. Assim, a entrada do SUS será a do pronto socorro, e para consultas particulares no Dom Walfrido. Tudo isso é um ganho muito significativo para a Santa Casa. A natureza não dá salto, é um processo evolutivo. Temos muitas deficiências sim, mas estamos no caminho certo, no rumo certo, isso que é importante”, conclui o diretor geral.

 Fonte: Jornal Correio da Semana

Nenhum comentário:

Postar um comentário