segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Família autoriza doação de órgãos do radialista Carlos Alberto Ritchelly

O radialista Ritchelly faleceu no sábado (03/11)
A imprensa de Sobral, particularmente a radiofonia, amanhece esta segunda-feira (05/11), orfã de um comunicador carismático e inquieto. Trata-se do radialista Carlos Alberto Ritchelly (o Ritchelly), que partiu do nosso convívio no sábado (03/11). O domingo (04/11), foi de tristeza  e despedidas da família, dos colegas da imprensa e dos seus admiradores e ouvintes.  Nesta manhã de segunda-feira (05/11), no estúdio da Rádio Educadora, AM 1.1120khz, será percebido um vazio no microfone que era destinado ao Ritchelly no Programa Encontro Com a Politica, que ele apresentava juntamente com o radialista Araujo Pachelle, e demais companheiros, das 6h às 7h 30m.
Haverá o silêncio daquela voz que chegava para falar da política local, apresentando notícias da Câmara Municipal, e muitas vezes de uma forma provocativa, mas sem excessos, trazendo a polêmica e a discussão de assuntos que incomodava, ora a oposição, ora a situação. Era assim a sua forma de fazer rádio, autêntica e alguma vezes incompreendida.
O pai e o esposo Ritchelly era uma dedicação extrema à família, um bom filho e irmão camarada. Era o homem de imprensa presente aos eventos políticos e sociais, sempre alegre e com o gravador pronto e engatilhado para coletar entrevistas, fosse do político mais importante ao líder comunitário mais humilde. Quantos entrevistas com Neguinho do BEC, Caburé, Célia dos Terrenos Novos, entre outros.
Carlos Alberto Ritchelly teve órgãos doados pela família
Apesar da sua ausência física, do seu sorriso bonachão, da sua voz no rádio, Ritchelly não será esquecido, principalmente por alguns desconhecidos que serão gratos a ele para sempre. Sim, em um nobre gesto de solidariedade, a família do radialista autorizou a doação de seus órgãos. O consentimento da doação permitirá que pessoas em situação de risco de morte possam voltar a ter uma vida normal. Assim, ajudando o próximo, o radialista, o esposo, o pai, o filho e o companheiro do sorriso farto, da amizade fácil e da alegria contagiante, parte para a morada do Pai. Deixará saudades em todos que conviveram com ele, mas continuará vivo entre nós, num olho que brilha ou num pulmão a respirar. Fique com Deus Ritchelly, pois aqui na Terra você "combateu o bom combate, terminou a corrida e guardou a fé". Muitos colegas e vários veículos de comunicação manifestaram pesar pela passagem prematura do Ritchelly, entre eles, o amigo de estúdio de todas as manhãs, Araújo Pathelle: "Deus chamou meu companheiro Ritchelly, mas vai ficar na minha memória a sua alegria e a luta que ele travava para ocupar seu espaço e continuar vivendo conosco. Vai em paz amigo". Amém!
Outro relato emocionado, em homenagem ao colega Ritchelly, vem da sensibilidade aflorada e da crônica comovida do jornalista Silveira Rocha:

"Adeus amigo Ritchelli

Poxa, amigo, eu torci demais para que a notícia triste que circulava nas redes sociais não fosse um fato, mas um fake. É difícil explicar como os seres felizes, de repente nos deixam desolados, lacrimejantes e com a voz desafinada. Em momentos assim, a nossa poesia perde a rima e os versos se resvalam pelos espaços vazios, como os que você deixa, e que não serão mais tão festivos como você os fazia com seu sorriso fácil, com sua comunicação entusiasmada, com sua mágica de encantar pessoas e fazer amigos. Que pena amigo, que as tecnologias ainda não nos permitam ressuscitar, reacender, voltar à vida depois do sono profundo e ansioso da morte. Pudéramos nós dispor de um carregador, poder ser formatado e voltar com novo chip e a mesma memória. A vida consegue driblar a ciência e manter sob mistério o que somente a um Deus perfeito é permitido.
Quando criança eu ficava olhando o lado de trás dos rádios, tentando encontrar as pessoas que falavam por ele, e era sempre uma tentativa vã. Contudo, amanhã, quando o som da Tupinambá ecoar pelos céus da nossa região, eu irei lembrar-me de você, e ai, talvez eu chore a dor dos desconsolados e repita a frase dos duvidosos: por que você se foi amigo Carioca, Bebeto, Ritchelim, meu amigo e recente vizinho do Boa Vizinhança?
Relatos científicos nos resumem como um misto de massa e energia, em que somente um se acaba e o outro vira saudade. Alenta-nos saber que sua energia ficará conosco e que a gente vai poder contar com sua disposição de viver e de encarar a vida como os grandes vencedores.
Você foi ali, acolá, foi rezar, buscar benção e o abraço do Pai.
Obrigado amigo por teres sido tão agradável, tão prestativo, tão radiante. Foi bom vê-lo, conhecê-lo e haver desfrutado ao seu lado de grandes momentos.
Sei que o tempo é severo, que o destino é surpreendente e que a morte é concreta, no entanto, não desistirei de olhar para Céu nas noites sem luz e contar estrelas que viram amigos no infinito de nossa saudade.
Siga em paz amigo!"

(Silveira Rocha)

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