Na tarde desta terça-feira, 21, foi a vez da cidade de
Sobral, na zona norte do Ceará, receber mais uma capacitação do manejo clínico
das arboviroses. Um total de 54 médicos de diferentes cidades da macrorregião
puderam trocar conhecimentos e tirar dúvidas com os palestrantes sobre dengue,
zika e chikungunya. O curso aconteceu no Auditório do Hospital Regional Norte
(HRN), da rede pública do Ceará, e foi ministrado pela médica Tânia Coelho,
infectologista e diretora do Hospital São José, sediado em Fortaleza. O outro
palestrante, da mesma instituição de saúde, foi o médico infectologista Antônio
Afonso Lima Bezerra.
“É super importante estarmos com essa capacitação com os
médicos da região porque a gente vai passar os nossos conhecimentos sobre uma
doença que para nós é nova e sobre a qual estamos aprendendo todos os dias. O
objetivo é melhorar o atendimentos dos pacientes com alguma dessas
arboviroses”, destacou Tânia Coelho. Com a circulação endêmica de três
arbovírus, dengue, chikungunya e zika, novos cenários epidemiológicos são
identificados no Ceará em 2017. Doença nova no Brasil, a chikungunya registra
casos desde 2014 no estado, por isso a população ainda é muito suscetível.
A médica cubana Mercedes Cástilo Pueblo, que trabalha no
município de Guaraciaba do Norte, foi uma das participantes do curso. “Para nós
é muito importante se capacitar sobre esse tema para garantir a saúde para a
nossa população”, disse.
No encontro foi discutido como tratar a fase aguda e
crônica das enfermidades. “Por se tratar de uma doença nova em nosso meio,
apesar da doença ter sido descrita em 1952, é importante esse momento aqui para
passarmos a nossa experiência sobre como tratar as pessoas na fase aguda,
subaguda e crônica e quais os medicamentos indicados e contra-indicados no
tratamento”, ressalta o infectologista Antônio Afonso.
Daniela Helena de Souza, médica do Programa Saúde da
Família (PSF) do município de Varjota participou do encontro e ressaltou das
dificuldades enfrentadas no dia a dia. “Nós temos tido muitas dificuldades,
porque é uma doença incapacitante. As informações repassadas aqui só nos ajudam
a cuidar do paciente da melhor maneira possível”, afirma.
Arboviroses são as doenças causadas pelos arbovírus, que
incluem os vírus da dengue, chikungunya, zika e febre amarela. O Plano Estadual
de Vigilância e Controle das Arboviroses, lançado no dia 30 de novembro de
2016, define responsabilidades dos níveis estadual, regional e municipal quanto
às ações de vigilância epidemiológica, vigilância laboratorial e controle
vetorial em períodos não epidêmicos e endêmicos dessas doenças. O plano está
disponível para consulta no site da Secretaria da Saúde do Ceará, para nortear
as Coordenadorias Regionais de Saúde (CRES) e auxiliar os municípios na
resposta à ocorrência das arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti.
Todos contra o mosquito
Com o lançamento das Ações Estratégicas de Combate ao mosquito Aedes aegypti, feito pelo governador Camilo Santana em 12 de junho, ficou instituído incentivo de R$ 10 milhões para os municípios que atingirem os melhores resultados no enfrentamento às arboviroses. Para receber esses recursos, cada cidade cearense precisa atender a critérios de execução das ações previstas no período de julho a dezembro de 2017, como monitorar permanentemente indicadores que apresentem impacto na redução do número de casos das doenças transmitidas pelo mosquito.
A campanha Todos Contra o Mosquito desenvolve ações permanentes com o objetivo de reduzir focos do Aedes. O Estado também conta com o Comitê Gestor Estadual de Políticas de Enfrentamento à Dengue, Zika e Chikungunya, criado em 2015, pelo governador. A Secretaria da Saúde do Estado do Ceará tem divulgado boletim semanal com a atualização de casos notificados e óbitos por arboviroses. Conforme o último boletim, o Ceará confirmou este ano 10.714 casos de dengue, com 8 óbitos, 30.627 casos de chikungunya, com 26 óbitos, e 331 casos de zika.
Fotos: Assessoria de Comunicação do HRN
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